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Angel-a



Vi ontem no Lusomundo Gallery Angel-a, um filme de Luc Besson, que conta a história de um anjo que desce à terra para ajudar um homem que passa por uma fase complicada da sua vida.

Não é uma premissa nova, o excelente As Asas do Desejo (ou o seu fraquinho remake A Cidade dos Anjos) já focaram o mesmo tema, mas Besson , que é responsável por uma filmografia irregular mas quase sempre interessante, conta esta estória com simplicidade e elegância.

No entanto, os verdadeiros trunfos do filme estão nos dois actores principais, ambos com excelentes interpretações (ajudados por um argumento com bons diálogos), e ainda na sublime fotografia a preto e branco da sempre fotogénica cidade de Paris. Só por estes dois motivos vale a pena ver o filme, até porque o dvd já está à venda há algum tempo.

Links: imdb, trailer

Crítica: A Senhora da Água



O Sexto Sentido
, O Protegido, Sinais e A Vila são filmes que tenho na minha colecção e que me dão sempre um enorme prazer revisitar. M. Night Shyamalan, que escreveu e realizou todas estas obras, e que é um dos mais talentosos realizadores e argumentistas da sua geração, estreou o ano passado nos cinemas A Senhora da Água, que foi das maiores desilusões que já tive relativamente a um filme.
A Senhora da Água foi dizimado pela crítica americana, mas isso não era nada que não se esperasse, já que tinha sido assim com os seus dois filmes anteriores, pelo que de certo modo, até o considerei um bom sinal.

No entanto uma grande parte das críticas ocupavam mais linhas a dizer mal de Shyamalan do que do seu filme. O que não teria sido muito correcto, não tivesse o realizador ocupado mais minutos do seu filme a mostrar a sua superioridade intelectual aos críticos de cinema, em vez de se preocupar em contar uma história minimamente envolvente.

No filme, um homem, Cleveland Heep, encontra na piscina do prédio de que cuida, uma narfa, criatura de forma humana, de um lugar mágico perdido na história. Esta narfa vai levar vários dos habitantes do prédio a unirem-se na tentativa de a salvar do monstro que a persegue (um animal mítico ridiculamente concebido) e a devolverem-na ao seu mundo. Mais importante que tudo isto é o tema principal do filme, que os adultos vão perdendo a inocência com que olham para o mundo e crescendo em cinismo, e não conseguem apreciar os pequenos milagres que nos rodeiam todos os dias... Um tema que já deu alguns grandes filmes. Não o caso deste, infelizmente.

O problema é que Shyamalan não se preocupa, como já disse, em contar uma história que faça sentido ou que envolva o espectador. Através de vários artifícios mais ou menos óbvios todo o filme é construído com o objectivo de "mostrar" aos críticos de cinema que se eles dizem mal dos seus filmes, é porque com o seu cinismo não conseguem apreciar a simplicidade e beleza das histórias que ele escreve.

E vejamos ao ponto extremo a que o realizador leva a sua cruzada. Ele próprio, que entra em todos os seus filmes em pequenos papéis, tem aqui o seu maior papel, e logo como um escritor que, diz-lhe a narfa, vai no futuro escrever um livro que vai ser o livro mais importante de sempre e que vai inspirar grandes líderes a mudar o mundo. Pior ainda, vive no prédio um crítico de cinema.

O crítico de cinema acaba por ser o vilão do filme, porque é através da sua cínica interpretação dos filmes que o nosso herói vai tentar salvar a narfa. Mas claro, o crítico, como já não vê o mundo com a inocência de uma criança (ponto que é reforçado vezes sem conta ao longo do filme, em cenas absolutamente ridículas) dá informações erradas, e isso quase custa a vida à narfa... Mas fica ainda pior... O que lhe acontece no fim (ao crítico)  é a cena mais idiota que já fim num film. E não estou a exagerar.

Além disso, o filme é chato. Principalmente na primeira metade, em que não acontece absolutamente nada que avance significativamente a história.

Uma grande parte da crítica nacional adorou o filme. Se calhar fui eu que não percebi a mensagem de Shyamalan. O que é certo é que nunca pensei ver um realizador e argumentista que tanto admiro fazer um filme que eu detestasse tanto. Para a próxima será melhor...

Links: imdb

Crítica: X-Men 3 - O Confronto Final


O Filme:

Dificilmente terá havido, desde Aliens 3, um grande blockbuster com uma produção mais atribulada que o terceiro filme da saga X-Men.

O realizador originalmente escolhido, Matthew Vaughn (que tinha realizado o excelente Layer Cake), abandonou a produção logo após o início das filmagens.  O tempo de escrita do argumento e as fazes de pré e pós produção foram reduzidas ao minimo indispensável, só para que X-Men 3 estreasse nos cinemas antes do Superman de Brian Singer (que havia realizado os dois primeiros filmes).

Por tudo isto parece-me bastante injusto que grande parte das críticas ao filme recaiam sobre o realizador  Brett Ratner. Afinal ele terá sido o menos culpado, já que foi contratado à última hora, para filmar um argumento escrito à pressa (e muito criticado por todos os que já o tinham lido), e dispôs de muito pouco tempo para concretizar um projecto destas dimensões.

Por tudo isto as minhas expectativas quanto a este filme não eram as melhores, mas apesar de o resultado final estar muito longe da perfeição, X-Men: O Confronto Final acabou por ser um agradável entretenimento.

Existem excelentes cenas de acção ao longo do filme, o que juntamente com a sua curta duração (104 min) impede que o filme esteja alguma vez perto de se tornar aborrecido.

Uma mais valia são também as excelentes interpretações de Patrick Stewart e principalmente Ian McKellen, que por piores que sejam os seus diálogos não deixa de lhes conferir uma importância e grandiosidade que estes muitas vezes não têm.

Mas o pior deste filme é mesmo a frustração de ter um argumento cheio de excelentes ideias, que não são desenvolvidas da melhor forma ou acabam por não levar a lado nenhum.

Estranhamente, ao mesmo tempo que foram introduzidas imensas personagens novas, este foi o mais curto filme da trilogia. Assim, há pouco tempo para desenvolver todas as personagens e histórias paralelas. A ideia da cura é excelente, e dá uma nova dimensão ao confito entre humanos e mutantes, mas o que fica é a frustração de perceber que, com mais algum desenvolvimento, este filme poderia facilmente ter sido o melhor da saga. Outra consequência deste facto é que  alguns dos surpreendentes destinos reservados a personagens principais acabam por não ter o impacto que deveriam ter tido.

No final, e apesar dos defeitos do filme, quem vir X-Men 3 apenas à espera de um bom entretenimento não deverá ficar desiludido, embora talvez fique com a sensação de que com mais uns meses de desenvolvimento poderia ter sido bem melhor.

Resta-me dizer que depois do créditos finais do filme, há uma pequena cena que revela o destino final de uma das personagens mais importantes .

Os Extras:



No primeiro disco, a acompanhar o filme, encontram-se dois comentários e várias cenas cortadas. Na maior parte dos casos estas cenas acabam por não ter grande interesse, mas algumas são bastante interessantes, que poderiam até ter feito parte da versão final.

No segundo disco temos temos um Diário de Produção do Realizador Brett Ratner, em que o realizador não se cansa de elogiar a qualidade dos seus actores e a beleza das actrizes... nada de particularmete interessante.

Há depois um Documentário sobre a evolução da Trilogia X-Men, que é basicamente um conjunto de material promocional dos dois filmes anteriores da saga.

Existem ainda nesta edição, três featurettes, incluindo o making off da cena na Golden Gate Bridge e oito vignettes sbre efeitos especiais, treino de vôo...

No conjunto, este é um daquelas casos em que a quantidade foi valorizada sobre a qualidade. A maior parte dos extras consiste naqueles documentários promocionais, que podemos ver em programas de televisão como o 35 mm. Claro que no meio de tudo isto existem alguns momentos interessantes, mas nada que valha a pena rever.

Links: imdb, trailer

Críticas: A Descida


O Filme:

A Descida é a história de um grupo de mulheres, amigas e companheiras de aventuras há já vários anos, que se juntam para a exploração de uma caverna. O passeio acaba, no entanto, por não ser o que elas esperavam, quando a entrada da caverna é bloqueada por uma derrocada. Não só têm de encontrar uma saída como percebem que não estão sozinhas.

O terror é, porventura, o mais mal amado dos géneros cinematográficos. Eu pessoalmente gostei de muito poucos filmes do género até hoje. A verdade é que o facto de haver anualmente dezenas de maus filme de terror afasta muitas pessoas deste tipo de filmes. Ideias como as do intragável Hide and Seek, para citar um exemplo recente, são repetidas até à exaustão, e pior, são quase sempre mal executadas. Isto leva a que pérolas como A Descida, por só aparecerem raramente, sejam ignoradas por muitas pessoas, que só por lerem uma sinópe como a acima ficam imediatamente de pé atrás.

Felizmente Neil Marshall, o realizador deste filme conseguiu fazer um filme de terror como já não se via há muitos anos. Foram vários os críticos a dizer que este é o melhor filme de terror desde Alien, e eu não posso deixar de concordar. Aliás o clássico de Ridley Scott foi uma referência assumida de Marshall para este filme. Muitos filmes de terror tentam assustar através de uma montagem frenética ou de um súbito aumento do volume da banda sonora. Em A Descida não há nada disso, o relizador é exemplar a manter a tensão ao longo de todo o filme, para o que contribui a sensação de claustrófobia pelos espaços apertados e a incerteza da escuridão da caverna.

Claro que para que haja essa tensão ao longo do filme têm de existir personagens credíveis, e nesse aspecto o argumento cumpre a sua tarefa. Embora não se perca demasiado tempo com conversas supérfluas entre as seis amigas todas são suficientemente bem desenvolvidas, principalmente quando as coiasas começam a correr mal.

Aliás é aqui que está um dos grandes trunfos do filme, as personagens não têm apenas de se salvar dos habitantes da caverna, têm também de lidar consigo próprias e umas com as outras, com os seus medos. Numa situação como esta o mais interessante é ver a descida das personagens ao seu lado mais negro e sombrio, à medida que o mais importante passa a ser a própria sobrevivência. 

Se a escuridão torna o filme mais assustador tem também a desvantagem de por vezes, num ou outro momento mais confuso, tornar complicado perceber quem é esta ou aquela personagem. Nada no entanto que prejudique o decorrer da narrativa. A Descida é um excelente filme que deverá agradar não só aos mais fanáticos do cinema de terror como aos amantes de cinema em geral.


Os Extras:

Além dos quase obrigatório trailer, a edição de A Descida contém como principal extra um documentário de cerca de 40 minutos. Consistindo essencialmente em entrevistas e imagens de bastidores  é um documento interessante sobre a produção do filme, o trabalho das actrizes e as ideias do realizador.

A acompanhar o documentário existem aindaalgumas cenas ampliadas, sem grande interesse, bloopers e storyboards. 

Links: imdb, trailer

Críticas: O Quarteto Fantástico



O Filme:

Infelizmente, e ao contrário de Spider Man, X-Men ou de Batman O Início, Quarteto Fantástico (Fantastic Four) vai ser apenas lembrado como mais uma das já incontáveis adaptações de livros de B.D. ao grande ecrã.

É pena porque apesar de não conhecer absolutamente nada destas personagens antes de ver este filme, parece-me que havia aqui potêncial para fazer um excelente filme de acção e aventura.

Não vale a pena perder muito tempo a resumir a história, este filme já foi visto muitas vezes. Uns bons cidadãos ganham sem querer poderes especiais e têm de assumir as suas responsabilidades, aparece um vilão, há um romance (não com o vilão, obviamente), dá-se uma grande luta no fim, entre o bem e o mal, segue-se uma promessa de sequela antes do filme acabar... Original, dirá o caro leitor.



Há uma coisa que os argumentistas de O Quarteto Fantástico fizeram bem, quiseram criar um filme despretensioso, leve e divertido, o que é conseguido, até certo ponto. O problema é que foram feitas muitas mais más decisões. A história é pobre o vilão completamente desinteressante e inofensivo e há diálogos absolutamente intragáveis.

Os quatro personagens principais até são interessantes e têm alguma química juntos, mas para qualquer pessoa que viu Incredibles - Os Super Heróis da Pixar, não pode deixar de ficar desiludido com a falta de imaginação na criação deste quarteto que não é tão fantástico como podia ter sido.

Aliás é curioso saber que o final do filme foi alterado depois do filme da Pixar estrear. É pena que mesmo de terem visto a obra-prima de Brad Bird não tenham aprendido nada.

Mesmo quem vir o filme só com o objectivo de ver grandes explosões e lutas cheias de efeitos especiais pode ficar desiludido, só existem duas sequências de acção dignas de nota, uma quase no princípio do filme, outra no fim.

No entanto o filme nunca é chato e existem alguns momentos de humor bem conseguidos. O seus 106 minutos passam num instante e apesar das suas falhas O Quarteto Fantástico acaba por ser uma maneira agradável de passar o tempo.



Os Extras:

Eu só vi a edição de aluguer, por isso não posso comentar sobre a edição especial de dois discos, que até parece ser interessante.

Esta edição tem um comentário áudio com alguns dos actores, que mal comecei a ver, o que não que dizer que não se viesse a tornar interessante lá mais para a frente.

É ainda incluído com pequeno documentário de cerca de 15 minutos que mostra os actores a conversar com jornalistas, durante as viagens de promoção do filme. Há no entanto uma coisa muito boa neste vídeo, o destaque vai para a Jessica Alba, que aparece mais que qualquer outro dos intervenientes, o que é sempre uma coisa bastante positiva.

A completar o conjunto de extras estão dois video clips e uma vídeo promocional de X-Men 3 (também conhecido como "O filme com que Brett Ratner vai destruir um excelente franchise").



Links: imdb, trailer

Críticas: Serenity

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Serenity (2005) - De Joss Whedon

O Filme:

 Em 2002 Joss Whedon, o responsável pelas conhecidas sérias Buffy e Angel, criou a menos conhecida série Firefly. A ideia era original, no futuro a Terra torna-se demasiado pequena para a sua população, o que leva ao início da colonização do espaço. O facto mais interessante (ou mais bizarro) da sério é o paralelismo com o que foi a colonização do Oeste Americano. Pode-se portanto dizer, de forma algo simplista que a série é sobre cowboys no espaço.

Os personagens principais de Firefly são um grupo de 8 pessoas, que numa nave, a Serenity, operam à margem da Aliança (essencialmente o governo da maioria do Universo conhecido) em várias missões mais ou menos ilegais.

Apenas foram feitos 14 episódios porque a série acabou por ser cancelada por falta de audiências. No entanto quando lançada em dvd tornou-se um objecto de culto e depois de muita pressão Joss Whedon conseguiu que a Universal apoiasse o filme que permitiria atar pelo menos algumas das pontas que haviam ficado soltas.

Esta minha sinópse não terá sido particularmente emocionante, mas Firefly tornou-se uma das minhas séries preferidas, sendo o ponto forte as relações entre personagens.

Tudo isto para dizer que vi Serenity com toda uma bagagem emocional que muito pouca gente terá tido quando viu o filme nos cinemas. Como tal, embora me pareça que sim, não sei dizer se a introdução inicial que é feita das personagens é suficiente para o casual espectador se preocupar com estas durante as inúmeras vezes que são postas em perigo. Até porque a verdade é que eu já estava apaixonado por elas muito antes do inicio da primeira cena.

O filme começa por fazer um breve ponto de explicação, já que há muito que tem que ser dito para que toda a gente perceba o que se vai passar a seguir. Joss Whedon é um excelente contador de histórias e para o provar está o primeiro terço do filme, em que o realizador resolve com eficiência a difícil tarefa de manter interessados tanto quem não sabia nada deste universo como os fãs mais exigentes. Depois disso o filme vai ficando cada vez melhor e mantém um ritmo electrizante até ao fim. As personagens, tal como na série (ou talvez devido às série) são complexas e muito bem desenvolvidas. Só é pena o pequeno papel que têm Inara, nas cenas cortadas deste disco podemos ouvir o realizador a lamentar-se dos cortes que teve de fazer a esta personagem, e há uma ou duas cenas em que a podemos ver brilhar mais intensamente.

Esta foi uma produção que não teve muitos recursos, pelo que os efeitos especiais estão longe de ser perfeitos, no entanto não envergonham ninguém, e há momentos verdadeiramente emocionantes, como a grande batalha espacial, perto do fim.

Aplausos também para a coragem de Whedon, que não tem medo de colocar as suas personagens mais importantes em situações de perigo, sem querer revelar muito do filme, nem todas as personagens acabam o filme em muito com estado. Claro que ajuda preocuparmo-nos realmente com as personagens, se assim não fosse, já não de poderia dizer o mesmo.

Quanto a quem viu a série televisiva, no final, e apesar de ser usado um artifício narrativo um bocado óbvio para resolver a situação da divulgação da mensagem (é melhor não explicar mais que isto, para quem não viu o filme...), tudo é resolvido de maneira bastante satisfatória. É bom poder haver um conclusão depois do prematuro cancelamentos da série...

Para terminar, este é um filme que não agradará a toda a gente, mas todos os amantes de ficção científica deverão ficar satisfeitos. A nota que eu dou ao filme é seguramente inflaccionada pelas às horas que passei na companhia destas personagens, graças à série de TV, mas não posso fazer nada. Vocês é que, se gostaram do filme, podem e devem tentar arranjar a série!

Classificação do filme:  4,5.jpg

Os Extras:


A edição de Serenity, apesar de ser de apenas um disco, está mais recheada do que parece à primeira vista.

O documentário áudio de Joss Whedon é fantástico, dos melhores que já ouvi. Eu sei que nem toda a gente tem paciência para este tipo de extras, e é verdade que há muitos comentários chatos, mas um comentário realmente bom é dos melhores extras que um dvd pode ter.

Há também um conjunto de cenas cortadas, algumas realmente boas, que não acabaram no filme por motivos de ritmo. Estas podem também ser vistas com comentários opcionais.

Existem ainda alguns documentários, três ou quatro, que embora curtos em duração, são enormes a mostrar o amor e entusiasmo de todos os envolvidos nesta produção.

Para terminar há um pequeno extra, muito simples e que não é de grande importância, mas que é o meu preferido de todo o disco. É uma introdução de Whedon, com cerca de 4 minutos,  a um dos primeiros visionamentos do filme. Num meio como Hollywood em que tanta gente anda à procura de dinheiro sem se preocupar com o produto final, é refrescante ver a dedicação do criador deste universo ao seu projecto. Whedon é uma pessoa divertida e interessante, e ver como ele fala dos esforços para por este filme de pé e a maneira como ele pede o apoio de todos para espalhar a palavra se gostarem (ou ficarem calados se não) é algo comovente, principalmente sabendo que o filme foi um fracasso de bilheteiras, o que, mais que certo, levou a que seja este o final do que podia ser um dos melhores franchisings de ficção científica do cinema.

Para terminar, este é um filme que não agradará a toda a gente, mas todos os amantes de ficção científica deverão ficar satisfeitos.

Classificação dos extras:  4.jpg



Críticas: Batman O Início

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Batman O Início (Batman Begins) - 2005


Realizador: Christofer Nolan

Actores: Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Morgan Freeman, Gary Oldman, Ken Watanabe, Katie Holmes, Cillian Murphy, Rutger Hauer.

Especificações:

Vídeo: Widescreen 2:35:1 anamórfico

Áudio: Dolby Digital 5.1 em Inglês, Dolby Digital 5.1 em Espanhol

Duração: 134 min

Legendas: Inglês, Português, outras


Sinopse:

Em Batman O Início, o realizador Christopher Nolan explora as origens do lendário Cavaleiro das Trevas. Após o assassinato dos seus pais, o jovem herdeiro Bruce Wayne (Christian Bale) abandona uma vida de luxo e privilégio e parte numa jornada pelo mundo em busca dos meios para combater a injustiça e transformar o medo numa arma contra os predadores que o utilizam contra os inocentes.
Com a ajuda do seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine), do policia Jim Gordon (Gary Oldman) e do seu aliado Lucius Fox (Morgan Freeman), Wayne regressa a Gotham e liberta o seu alter-ego: Batman, o vingador mascarado que utiliza a sua inteligência, proeza fisica, e um arsenal de alta tecnologia para combater as forças sinistras que ameaçam apoderar-se da sua cidade.

O Filme:

Foram necessárias cinco tentativas para acertar finalmente numa adaptação de Batman para o grande ecrã. Dos primeiros quatro filme, nem vale a pena falar dos dois últimos, mas mesmo os dois primeiros andam muito longe da qualidade deste Batman O Início. Ambos dão demasiado ênfase aos vilões deixando para segundo plano a personagem que deveria ter mais destaque, o Batman/Bruce Wayne. Aliás no primeiro dos filmes de Tim Burton, Jack Nicholson teve um controlo tão grande sobre a produção que ainda é para mim um mistério como é que este não foi lançado nos cinemas com o título Joker, em vez de Batman.

O principal trunfo do argumento de Christofer Nolan e David Goyer é mesmo o facto de pela primeira vez Bruce Wayne ter um grande peso na narrativa. A primeira metade do filme é sobre o percurso que leva Wayne a transformar-se em Batman, com particular destaque para a motivação que leva o personagem a escolher o morcego como imagem de marca. O conceito de Wayne ser ver obrigado a enfrentar os seus medos para ser temido e respeitado tem um papel muito importante durante todo o filme e está muito bem feito. Esta primeira hora de filme é muito mais centrada nos diálogos que em cenas de acção, mas permite que o espectador invista emocionalmente na personagem, e que vá sendo gradualmente criada expectativa para o primeiro aparecimento do homem morcego. Quando finalmente vemos a sua primeira incursão no mundo do combate ao crime é absolutamente brilhante, uma das melhores cenas deste ano. A maneira como Batman aparece e desaparece nas sombras, levando consigo os seus enimigos... perfeito. A edição da cena, a realização de Nolan são de grande nível. É uma cena tensa, poderosa e acima de tudo muito cool.

Muito se disse da maneira como Nolan filma as cenas luta, até porque é um debate que se prolonga de muitos dos últimos filmes de acção, que adoptam uma filmagem muito em cima da acção, com a câmara a tremer e cortes rápidos. Se em muitos filmes acho que esta técnica é algo disparatada, e que muitas vezes contribui para a confusão, neste caso acho que foi uma decisão muito inteligente da parte do realizador. Assim é reforçada a ideia de Batman ser rápido e brutal, atacando depressa e na escuridão, desferindo ataques rápidos e desaparecendo de seguida. É um pouco como a ideia dos filmes de monstros em que estes são filmados revelando o menos possível, de modo a manter o suspense. Aliás sejamos sinceros, um homem com capa e máscara de morcego ao murros e pontapés talvez seja uma imagem um bocado ridícula se for vista com mais pormenor...

Mesmo que muita gente não concorde comigo nesta questão das cenas de luta, acho que ninguém vai discordar que o elenco de Batman O Início está repleto de actores de qualidade inegável. Morgan Freeman, Michael Caine, Liam Neeson e Gary Oldman, que estarão certamente entre os meus dez actores favoritos, poderiam sem dúvida roubar este filme para eles, mas Nolan sabe o que quer e nunca se desvia um milimetro do caminho de traçou no argumento escrito em conjunto com Goyer, isto é, centrar a história em Bruce Wayne. De qualquer maneira todos têm papéis á altura das suas capacidades, e todos tiram o melhor da sua personagem. 

Não me posso esquecer, claro, da excelente interpretação de Christian Bale, que nos tem habituado a excelentes interpretações (por falar nisso, o sei primeiro filme, O Império do Sol, será lançado este mês em dvd). Não podia também deixar de falar de um actor de que gosto muito e que passou ao lado da  grande carreira  que podia, e deveria, ter tido. Falo de Rutger Hauer, que este ano me deu o prazer de o voltar a ver em filmes que alguém relamente vê, além de Batman entrou também em Sin City.

Também técnicamente o filme está magnífico, os efeitos especiais estão muito bem feitos (é interessante depois ver nos documentários como efeitos por computador foram usados o menos possível), a fotografia retrata muito bem a escura e claustrofóbica cidade de Gotham City. Também a banda sonora, resultado de uma interessante parceria de Hans Zimmer (para as cenas de acção) e de James Newton Howard (para as cenas mais intimistas), é bastante atmosférica e complementa bem o que se passa no ecrã. É pena não haver nenhum tema que se destaque que chegue ao nível do tema principal  de Danny Elfman no primeiro Batman, mas no conjunto é uma composição de grande nível.

Batman O Início não é apenas uma grande adaptação de B.D., dizer isso seria redutor já que a maioria dos filmes do género acabam por ser de qualidade algo duvidosa. É um grande filme de acção e aventura, que apetece ver e rever... Excelente para ter em dvd portanto.

Classificação do filme:

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Valor de Revisionamento:

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Os Extras:

O filme encontra-se á venda em duas edições diferentes. A primeira de um só disco, que além do filme trás como único extra um trailer, e uma edição especial de dois discos.

Ao inserir este segundo disco temos acesso a um menu diferente do habitual, navegamos por uma série de sub menús, cada um correspondendo a uma página de banda desenhada que relata a história do encontro de Batman com o Scarecrow. Em cada página podemos assistir a um dos documentários sobre o filme. Esta ideia até tem piada de início mas acaba por se tornar muito aborrecida, de cada vez que se quer aceder a um dos documentários se têm de percorrer todos os menus. No fim há uma página que dá acesso à lista completa, mas seria bem mais prático se esta estivesse logo no princípio.

Superando este pequeno pormenor, podemos então ver os nove documentários, todos com cerca de 15 minutos de duração, que falam da rodagem do filme, do trabalho de preparação dos actores, efeitos especiais, coreografias de luta e do carro de batman. Todos eles são interessantes, mas nem todos são tão pormenorizados como deveriam. Achei particularmente divertida a a parte em que se fala de todos os cuidados tomados para manter secreto o argumento, já que parece que ninguém se lembra que este apareceu na net vários meses antes da estreia do filme.

Neste dvd temos ainda uma galeria de posters e uma secção com informação textual sobre os vilões, os amigos e as armas de Batman.

No conjunto é uma edição interessante, que podia ir mais longe em termos de extras (um comentário áudio do realizador e argumentista seria muito interessante), mas que vale bem a pena, nem que seja pelo excelente filme.

Classificação dos Extras:

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Críticas: Um Longo Domingo de Noivado

Um Longo Domingo de Noivado (Un Long Dimanche de Fiançailles) - 2004


Realizador: Jean-Pierre Jeunet

Actores: Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Dominique Pinon, Jodie Foster, Chantal Neuwirth, Ticky Holgado, André Dussollier, Jean-Paul Rouve, Albert Dupontel, Jérôme Kircher, Jean-Pierre Darroussin, Denis Lavant, Dominique Bettenfeld, Jean-Pierre Becker, Tchéky Karyo, Jean-Claude Dreyfus, Marion Cotillard, Julie Depardieu, Michel Vuillermoz, Urbain Cancelier, Michel Robin

Especificações:

Vídeo: Widescreen 2:40:1 anamórfico

Áudio: Dolby Digital 5.1 em Francês

Duração: 128 min

Legendas: Inglês, Português, Polaco, Grego, Inglês para deficientes auditivos, outras



Sinopse:

Um Longo Domingo de Noivado, realizado por Jean Pierre Jeunet - realizador de Delicatessen e Amelie- conta a história de Mathilde e da sua procura emocionante de pistas que lhe permitam saber o que aconteceu ao seu namorado Manech, desaparecido na frente do Somme em 1917. Mathilde recusa-se a aceitar a versão oficial que diz que Manech morreu em plena terra-de-ninguém, em frente a uma obscura trincheira chamada Bingo Crépuscule, juntamente com quatro camaradas condenados por mutilação voluntária. Segundo ela, se Manech estivesse realmente morto, ela saberia. Confiando na sua intuição e naquilo que o seu coração lhe diz, Mathilde vai, aos poucos, aproximando-se da verdade, num caminho difícil, cheio de emboscadas, falsas esperanças e incertezas. (Sinopse: c7nema.net)

O Filme:

Um Longo Domingo de Noivado, é o filme que tornou possível o reencontro dos dois responsáveis pela maravilha que é O Fabuloso Destino de Amélie, o realizador Jean Pierre Jeunet e a actriz Audrey Tautou. Se o talento de Jeunet como realizador e o carisma e beleza singular de Tautou, eram já meio caminho andado para um grande filme, nada como ter uma história adaptada de um belo romance, o livro de Sébastian Japrisot, que deu o nome ao filme.

Do livro pode-se dizer que a expressão "uma história maior que a própria vida" se lhe aplica como uma luva. Japrisot criou uma história tão complexa, tão cheia de personagem, sentimentos e situações que assitir ao filme se torna uma experiência quase esmagadora, mesmo para quem já tenha lido a obra.

Adaptar esta história ao cinema era por isso uma tarefa complexa, uma vez que  havia que reduzir para apenas duas horas uma narrativa que daria para muitas mais. Tarefa mais complexa ainda pela mistura de géneros que compõem esta história, policial, guerra, romance e drama, e pelo constante alternar entre o presente, a história de Matilde, e o passado, a de Manech e seus companheiros.

Jeunet e o seu co-argumentista geriram tudo isto surpreendentemente bem, a narrativa é fluída e sempre cativante, mas não de forma perfeita. Na parte dos flashbacks, no meu da confusão da batalha, de tantos nomes de personagem e explicações, é fácil ficar algo baralhado, mesmo para que já leu o livro.

Nada no entanto que estrague a grande experiência que é ver este filme, é uma história de amor e dedicação inspiradora e comovente, sem nunca ser lamechas ou massadora. E mesmo que fosse o caso seria de visionamento obrigatório, só pela beleza de cada cena, Jeunet como realizador extremamente visual que é, escolhe cada enquadramento, prepara cada movimento de câmara com uma perfeição notável, do caos do campo de batalha, à simplicidade dos momentos partilhados pelos dois namorados. Tudo isto, complementado com uma fotografia de cortar a respiração, torna cada imagem deste filme em pura poesia.

Tal como em Amélie, este filme parece passado numa outra dimensão. É difícil explicar o porquê, mas o mundo dos filmes de Jeunet parece sempre mais vivo, mais vibrante que o mundo real, as suas personagens transbordam energia, e mesmo sendo muitas vezes caricaturadas, são sempre incrivelmente densas e complexas.

Podia continuar horas a escrever o quanto adoro este filme, mas nada como serem vocês a descobrirem-lo.

 Classificação do Filme:

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Valor de Revisionamento :

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Os Extras:

Quanto aos extras esta edição é composta por dois discos. O primeiro trás, além do filme um comentário do realizador e argumentista Jean-Pierre Jeunet. Quem já viu o comentário de Amélie sabe o que esperar,  muita informação e pormenores curiosos sobre a rodagem e a sua própria visão do filme.

No segundo disco, o grande destaque vai para o documentário A Year At The Front , que tem mais de uma hora de duração e oferece um olhar previlegiado ao que foi fazer este filme, do primeiro ao último dia. Um excelente making of.

Apesar da qualidade do making of, temos ainda dois pequenos documentários, um dedicado á cena da explosão do zeplin, desde a preparação aos efeitos especiais, outro que mostra como foi criada a cidade de Paris para este filme.

Outra boa adição a este dvd são as 14 cenas cortadas, com comentário opcional por Jeunet. As cenas são sem dúvida interessantes e merecem ser vistas, mas consistem essencialmente em cenas que extendem as que já estão no filme, o que se compreende ao ouvir o comentário do realizador, que diz preferir cortar as cenas ainda durante o processo de estudo dos storyboards.

Para completar esta edição temos ainda o teaser e o trailer do filme. Destaque também para os menus, simples mas muito curiosos.

Nota negativa para a não existência de legendas em português para os comentários, tanto do filme como das cenas cortadas. Todos os outros extras se encontram legendados (resta a opção de escolhar as legendas em inglês...).

Classificação dos Extras:

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Resumindo:

Um Longo Domindo de Noivado é uma história tocante de amor e determinação, realizada com mestria por Jean-Pierre Jeunet, e com um elenco de grande nível, composto por muitos dos habituais actores dos filme de Jeunet.

À primeira vista, olhando apenas para a lista de extras da caixa esta edição pode parecer simples, mas um olhar mais atento mostra um dvd bastante competente, se excluirmos a falha que é não haver legendas em português para os comentários do realizador.



Críticas: À Procura da Terra do Nunca (Finding Neverland)

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À Procura da Terra do Nunca (Finding Neverland) - 2004


Realizador: Marc Foster


Actores: Johnny Depp, Kate Winslet, Julie Christie, Radha Mitchell, Dustin Hoffman, Freddie Highmore

Especificações:

Vídeo: Widescreen 2:35:1 anamórfico

Áudio: Dolby Digital 5.1 em Inglês

Duração: 106 min

Legendas: Inglês, Português, outras


Sinopse:

A imaginação prodigiosa de um homem e a sua pungente jornada, entrelaçam-se numa emocionante história inspirada em acontecimentos da vida do escritor escocês James Mathew Barrie.
Após o insucesso de sua última peça, e com uma vida amorosa algo decepcionante, J.M.Barrie, desafiando as convenções de uma Londres eduardiana, torna-se acompanhante de uma viúva solitária, e pai substituto para os seus quatro jovens filhos.
Na companhia dessa nova família, Barrie encontrará a grande inspiração para criar o ficcional herói Peter Pan, o famoso clássico da literatura infantil que fala directamente com a criança que existe em todos nós.

O Filme:

Dos nomeados ao Óscar de melhor filme do ano de 2004, Million Dollar Baby, O Aviador, Ray, Sideways e À Procura da Terra do Nunca, talvez o primeiro  tenha sido o melhor e certamente que mereceu cada Óscar que recebeu. Mas foi À Procura da Terra do Nunca o meu preferido destes cinco, juntamente com Sideways.

Contando com uma história tão inspirada como inspiradora e com interpretações de grande nível de Johnny Depp e do jovem Freddy  Highmore, que com apenas 12 anos mostra uma maturidade notável para a sua idade, este filme ficará com certeza na mente dos que o viram como um dos mais belos filmes dos últimos anos.
À Procura da Terra do Nunca pelas temáticas que aborda e emoções que transmite, é um filme intemporal. Daqueles filmes cujas memórias ficam connosco muito depois de sairmos da sala de cinema, aqueles filmes que queremos que todos os nossos amigos vejam, porque nos marcou e esperamos que os inspire da mesma maneira.  Este é um desses filmes, não me lembro de nenhum elogio melhor para lhe fazer.

 Classificação do Filme:

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Valor de Revisionamento :

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Os Extras:

Infelizmente a qualidade dos extras não se compara ao filme. Esta edição trás um comentário áudio do realizador, e um making of que não é mais que aqueles vídeos promocionais feitos por canais de música, neste caso o VH1. Há também um documentário sobre os efeitos especiais, que é tão curto que quase não sei dizer se é bom e uma sequência de bloopers. Estes talvez sejam o melhor deste dvd e  merecem ser vistos, principalmente a parte de Johnny Depp a passear o cão. Não é realmente um grande conjunto de extras, mas o filme por si só já vale bem os 20 € que custa esta edição.

 Classificação dos Extras:

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Críticas: Antes do Anoitecer (Before Sunset)

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Antes do Anoitecer (Before Sunset) - 2004

Realizador: Richard Linklater

Actores: Ethan Hawke, Julie Delpie.

Especificações:

Vídeo: Widescreen 2:10:1 anamórfico

Áudio: Dolby Digital 5.1 em Inglês, Francês e Espanhol

Duração: 80 min

Legendas: Português, Espanhol, Francês, Árabe, Inglês para deficientes auditivos, outras

O Filme:

Há 10 anos atrás o realizador e argumentista Richard Linklater e os actors Ethan Hawke e Julie Delpie juntaram-se para criar Antes do Amanhecer. Neste filme as personagens conhecem-se num comboio e juntos e vivem uma experiência que marcará profundamente as suas vidas. Ambos têm de partir, pelo que acabam por se separar, mas não sem antes prometerem um ao outro encontrarem-se em Viena daí a seis meses.

Antes do Anoitecer mostra-nos o reencontro destas duas personagens, não seis meses, mas nove anos depois. Tanto Jesse como Celine estão mais maduros, mais vividos, o que se reflete mas conversas que têm neste seu segundo encontro, menos idealistas e entusiastas, mais sentidas e verdadeiras. O que sentem um pelo outro, no entanto mantém-se como se um dia não tivesse passado desde aquele encontro no comboio.

O argumento deste filme, da autoria de Linklater, Delpie e Hawke, é uma verdadeira obra prima. Que mais se pode dizer de um filme que não faz mais que acompanhar duas pessoas à conversa e que nos mantém interessados do primeiro ao último minuto? E mais que isso, que nos faz guardar estas duas pessoas na memória muito depois dos créditos finais terem rolado.

Este argumento (nomeado para o Óscar de Melhor Argumento Adaptado*) é também um excelente exemplo para as pessoas que dizem que em Portugal não se faz bom cinema porque não há dinheiro. Será que este filme, rodado em apenas 15 dias e que praticamente se limita a filmar duas pessoas que conversam, terá tido um orçamento assim tão elevado? 

--Spoilers-- Quem não viu o filme talvez não queira ler este parágrafo:

Quando o filme estreou ouvi e li algumas críticas de pessoas que não ficaram satisfeitas com o final, por ser "muito ambíguo". Para mim, essas pessoas, deixaram com certeza escapar uma das melhores cenas do filme: logo no início,  Jesse está numa livraria de Paris a promover o seu livro, baseado na sua história com Celine. Um dos jornalistas a cobrir o evento pergunta-lhe porque deixou o final tão vago e se não pode explicar como acaba a história. Jesse argumenta que responder a essa pergunta retiraria completamente a magia ao final que escreveu, que o ideal é cada pessoa imaginar o seu próprio desfecho, que uma pessoa optimista imaginaria que ambos ficavam juntos, uma mais cínica certamente acharia que eles nunca mais se veriam... É exactamente assim que acaba o filme, ou seja, de uma forma absolutamente mágica e perfeita. 

Classificação do Filme:

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Valor de Revisionamento :

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Os Extras:

Infelizmente esta edição apenas trás um curto making of, com a duração de nove minutos. Nada que deva impedir alguém de comprar este dvd, a qualidade do filme compensa largamente esta lacuna (mas se depois não gostarem não me pessam para vos reembolsar).

Classificação dos Extras:

 1,5.jpg *Segundo os regulamentos da Academia o argumento de uma sequela é considerado adaptado.